Criação de tilápia em cativeiro no Açude Castanhão. FOTO: RODRIGO CARVALHO
O DNOCS fará ainda este mês o transporte de duas usinas de biodiesel da fábrica
em Missão Velha, a Metalúrgica Linard - uma irá para um galpão em Jaguaribara e
outra para o perímetro irrigado do DNOCS em Morada Nova. A implantação das duas
unidades será feita quando saírem as licenças ambientais, informa Joacir
Moreira, do DNOCS, lotado no perímetro Morada Nova.
A implantação da usina de Jaguaribara é considerada mais urgente por questões
ambientais, assinala Joaci Moreira. Segundo ele, são gerados como subproduto 800
mil quilos a uma tonelada de vísceras de tilápia por mês, que deixariam de ser
lançados no açude Castanhão e entorno para serem transformados em biodiesel.
O secretário de Agricultura, Recursos Hídricos e Meio Ambiente de Jaguaribara,
Antonio Flávio Batista de Araújo, disse que a usina de biodiesel será instalada
em um galpão na comunidade de Lages, a 2,5 km do Castanhão e a 1,5 km da sede do
município. A prefeitura já deu entrada no processo de licenciamento ambiental e
firmou parceria com cerca de 200 pescadores filiados à associação Acritics e
outras que vão fornecer a metéria prima para alimentar a unidade.
Flávio Batista de Oliveira avalia que a usina de biodiesel vai ajudar na
preservação do meio ambiente, minimiza o impacto negativo da aquicultura e
agrega valor à produção, uma vez que tem uma empresa, a Piscis, interessada em
extair o suplemento nutricional Omega3 do biodiesel. O secretário de Agricultura
de Jaguaribara afirma que a usina dará grande sustentabilidade à vida das
famílias de pequenos produtores com a extração de óleo de produtos de origem
vegetal - plantas oleaginosas - e animal, dos peixes e sebo do gado bovino. Há
muita produção pecuária na região, acrescentou.
Joacir Moreira observa que os órgãos ambientais, a Semace e o Ibama, têm
interesse em encontrar alternativa para corrigir o impacto ambiental causado
pelo descarte das vísceras de tilápia pescadas no Castanhão. Em visita à fábrica
em Missão Velha, segundo ele, ficou constatado que as caldeiras e parte elétrica
das duas usinas de biodiesel estão em bom estado de conservação. Cada usina de
biodiesel tem capacidade para produzir 8 mil litros por dia.
Após conclusão do tombamento dos bens no patrimônio do DNOCS, um carreto levará
as duas usinas para os dois municípios e fará a entrega mediante convênio com as
prefeituras de Jaguaribara e Morada Nova. As duas usinas foram fabricadas com
recursos de emenda do deputado federal Ariosto Holanda.
A unidade de Morada será instalada num Centro Tecnológico de Biocombustíveis a
ser dotado de usina de biodiesel e usina de etanol, cujo estudo de viabilidade
econômica concluído foi entregue por uma empresa de consultoria. O projeto do
CVT de Biocombustíveis será levado pelo diretor geral do DNOCS, Emerson
Fernandes, com o deputado, para o ministro da Integração Nacional, Fernando
Bezerra, e apresentado pela parlamentar cearense ao presidente da Petrobras
Biocombustíveis, Miguel Rossetto, em busca de recursos financeiros para
implantar a unidade.
A área inicial para instalação do CVT de Biocombustíveis foi substituída por
outra no Setor K do perímetro Morada Nova após avaliação de que a área urbana no
futuro chegaria ao local. A mudança se deu para atender às necessidades
ambientais e para evitar que as duas usinas tivessem de ser desmobilizadas com a
expansão prevista da área habitacional, disse Joacir Moreira.
Postar um comentário